A Cerâmica Nossa
de Cada Dia.
A experiência se acumula nas atividades vividas e realizadas
no dia a dia. Somos responsáveis por nosso cotidiano. A rotina pode ser
massacrante? Sem dúvidas. Mas, é ai que entra a inteligência humana, criando
"janelas" que renovam nosso olhar para as atividades
mais simples, como levar uma xícara de café aos lábios.
A arte cerâmica entra por essa janela e provoca, altera
gestos condicionados, cria uma nova maneira de interação com o mundo, com as
pessoas, com as ocasiões. A cerâmica se intromete. Como toda arte, faz nosso cérebro recombinar percepções,
confronta pensamentos corriqueiros, expressa urgências.
Um copo de água servido em uma cerâmica feita a mão, pode
ser aceito despretensiosamente por seu visitante, mas jamais passará
desapercebido. Observe o olhar que muitas vezes tenta se fazer caber, enquanto a
mão percebe a provocação e segue o caminho até a boca. A cerâmica é tátil e
seduz. A forma estudada pelo artista, a combinação de cores dos esmaltes
criados no calor do forno, a textura que instiga o toque, convida à uma nova
experiência.
Uma casa com cerâmica artística tem vitalidade e acima de
tudo, personalidade.
Uma escultura, um vaso, um jogo de jantar, não revelam apenas o artista que os criou,
mas muito sobre quem os escolheu.
A cerâmica nossa de cada dia, não nos deixa cair na tentação
de sermos atropelados pelo comum, nos
livra do óbvio, do indistinto. É objeto de apreciação que leva a nos
conhecermos e percebermos o outro, abre caminhos para conversas e pontos de
vista que são mais facilmente
acessados com nossos
interlocutores por meio da arte. Sim, cerâmica quebra, quebra rotinas e abre
espaço para reorganizar ideias, tempo para a contemplação, reflexão, para a
vivência de sonhos, sonhos de convívio e conversas,
joie de vivre!
Por Acácia Azevedo.
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